Moto Week: conheça os primeiros motoclubes do DF e saiba por que a capital virou símbolo dessa cultura
31/07/2025
(Foto: Reprodução) Motoclubes do Brasil e do exterior se encontram no Capital Moto Week
O amor por motos – e, claro, por um bom rock and roll – é o que une, há cerca de quatro décadas, os dois mais antigos motoclubes do Distrito Federal: o Carcarás e o Kamikazes.
Ao g1, os membros dos dois grupos contam sobre a história desses clubes em Brasília e sobre o amor que mantém viva essa tradição na capital do país.
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Durante dez dias, motoclubes do mundo inteiro se reúnem em Brasília para participar do Capital Moto Week, o maior festival de rock e motos da América Latina. Para esta edição, mais de 250 grupos participam do evento.
Carcarás MCC: o veterano do DF
Integrantes do Carcarás Moto Clube
Reprodução
Fundado em 1982, o Carcarás é o primeiro motoclube verdadeiramente candango. A história teve início com um grupo de quatro amigos (Lionel Niemeyer, Hilton, Camilo e Edval), todos apaixonados pelas imponentes motos da Harley-Davidson.
A marca americana de motocicletas foi o que deu início ao motoclube. Naquela época, ter uma Harley era ainda mais raro – e manter uma, ainda mais difícil, já que não havia peças em território nacional.
Thiago conta que apenas o Exército Brasileiro fornecia peças de Harleys. Edval, um dos fundadores, era militar e compartilhava do seu conhecimento com os demais parceiros que também tinham a moto.
Membros com colete do moto clube que tem um Carcará, ave típica do cerrado, como símbolo
Reprodução
A admiração pela Harley e a necessidade de encontrar peças e mecânicos para elas, foi o que deu origem ao grupo. Ali, todos integrantes tinham a assistência — e a compreensão — necessária para manter vivo o amor por essas motos.
"O tio Léo (apelido dado a Lionel) já gostava de motoclubes e acompanhava os principais encontros de moto do mundo. Então, sempre houve o desejo de participar e até mesmo fundar um", conta Thiago.
Hoje, o Carcarás reúne cerca de 90 membros. Ter uma Harley-Davidson é uma das exigências para ingressar no motoclube.
"Tem quem julgue isso como elitismo, mas vemos como respeito à nossa história, o Carcarás só existe por causa dessas motos", pontua.
Apesar de candango, o grupo conta com membros em cinco estados brasileiros e também na Áustria.
Juntos, os integrantes se reúnem uma vez por semana e realizam, periodicamente, viagens juntos. Todas feitas, é claro, de moto.
Integrantes do Carcarás Moto Clube durante viagem feita de moto
Reprodução
Kamikazes mantém tradição em Brasília
Por aqui, a paixão por motos customizadas e pegar a estrada é o que uniu os seis fundadores do Kamikazes Moto Clube, o segundo motoclube a ser registrado em Brasília.
Fundado na década de 1990, Aluísio (Ligeirinho), Ze Liu (Cumpadi), Zezinho Bahia, Tchuca Balla, William (Índio) e Gereti ficaram conhecidos pelas motocicletas com três rodas customizadas em casa.
Fundadores do Kamikazes Moto Clube com o primeiro colete do clube
Divulgação
"Eles andavam juntos e se juntavam a outros motociclistas para dar voltas, fazer viagens e também customizar as motos. Nessa época, os motoclubes estavam em ascensão no Brasil e no mundo, o Kamikazes surgiu quase que de forma natural", conta Marcelo Hyde, presidente do grupo.
Marcelo conta que os fundadores eram, também, admiradores dos grandes motoclubes americanos e do movimento que crescia no Rio de Janeiro.
Com sede em Ceilândia, o clube foi fundado para unir outros fãs de veículos customizados e diferenciá-los dos demais motociclistas.
Kamizakez Moto Clube em foto de sua origem com triciclos expostos na sede do grupo
Reprodução
Com 35 anos de história, hoje o Kamikazes se considera um motoclube diverso e congrega todo tipo motociclista.
"Hoje, somos bem diversificados. Nossos integrantes incluem pessoas com idade entre 20 e 85 anos e com uma grande variedade de motos", conta o presidente do clube.
Como motoclube veterano de Brasília, o Kamikazes tem ainda uma relação próxima com o Moto Week.
Além de um grande acampamento, o grupo é responsável por um palco próprio, onde se apresentam diversos artistas locais e nacionais ligados à cultura dos motores.
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