PM reconhece insegurança nas passagens subterrâneas do Eixão e dos eixinhos no Plano Piloto: 'Da maneira que está, não dá'

  • 28/07/2025
(Foto: Reprodução)
Passagem subterrânea na Asa Norte, em Brasília TV Globo/Reprodução O Ministério Público do Distrito Federal retomou, na tarde desta segunda (28), a audiência pública que discute, desde março deste ano, medidas adicionais para garantir a segurança de quem precisa atravessar o Eixo Rodoviário (Eixão) e os eixinhos paralelos, no Plano Piloto. A insegurança no uso das passagens subterrâneas – mal iluminadas e com problemas de conservação - faz muitos pedestres e ciclistas tentarem atravessar as pistas por cima, o que aumenta o risco de acidentes. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Responsável pelas audiências de conciliação nesse processo, o juiz Carlos Frederico Maroja de Medeiros deu 30 dias a partir desta segunda para que representantes do GDF e do Ministério Público se reúnam para debater medidas que podem ser adotadas. Representante da Polícia Militar no debate, o comandante do Policiamento de Trânsito, coronel Edvã de Oliveira, reconheceu a falta de segurança para quem precisa usar as passagens subterrâneas. "Da maneira que está, não dá, não oferece nenhum tipo de segurança à população. Se em cada passagem subterrânea nós colocamos uma dupla de policiais [por turno], são seis por dia. Seriam 340 policiais unicamente para atender às passagens subterrâneas", disse. "É inconcebível hoje a gente colocar um PM fixo ali, mas é obrigação da PM prestar segurança naquele ambiente", afirmou. Dados do Ministério Público mostram que, entre 2017 e 2019, 296 pessoas se feriram em atropelamentos no Eixão, 16 morreram. De 2020 a 2023, foram mais nove mortes. Além disso, 65% dos usuários relataram ter presenciado algum tipo de crime nas passagens. Representantes da sociedade civil também foram ouvidos nesta segunda – e levaram argumentos a favor e contra a redução da velocidade máxima do Eixão, hoje em 80 km/h. "Quem vive a violência do trânsito no cotidiano tem maior capacidade de indignação. Muitas famílias chegam à ONG pedindo para colocar uma marcação que ilustre que ali uma vida foi ceifada sobre uma bicicleta... Defendemos uma redução de velocidade em todo o DF. Precisamos trazer a lógica de que a mobilidade urbana e uma cidade mais segura significam uma cidade feita para as pessoas", diz Rafael Barros, coordenador geral da ONG Rodas da Paz. Já o representante da PM, Edvã Oliveira, avaliou que educar a população para usar a passagem subterrânea, em vez de se arriscar na travessia pelo asfalto, pode ser mais importante que reduzir a velocidade da via. "O receio da diminuição dessa velocidade se dá, muitas vezes, em razão de um incentivo para que pessoas atravessem [por cima]. Uma coisa é fato: se for 60 km/h ou 80 km/h, o que queremos é que a pessoa atravesse", disse. A ação na Justiça Audiência discute redução do limite de velocidade do Eixão Em 2024, a Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb) do DF entrou com uma ação na Justiça para cobrar a adoção de medidas adicionais de segurança para pedestres, ciclistas e pessoas com deficiência que precisam atravessar o Eixão e os eixinhos. O documento, de 45 páginas, acusa o governo do DF de insistir em uma "política rodoviarista", que "continua atribuindo ao carro o protagonismo da mobilidade urbana, em detrimento de pedestres, ciclistas, pessoas com deficiência e usuários do transporte coletivo". O MP ressalva que, ao adotar novas medidas de proteção a quem passa pelo local, o poder público deverá observar o dever de preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, objeto de proteção nos níveis local, federal e internacional". Não há data marcada para o julgamento dessa ação. São réus nela: o governo do DF; a Novacap; o Detran do DF; o Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF); a CEB Iluminação Pública; o Serviço de Limpeza Urbana. "Embora constituam as principais opções formais de travessia no sentido Leste-Oeste do Plano Piloto, para pedestres, ciclistas e demais adeptos da mobilidade ativa, as passagens subterrâneas perpendiculares a essas vias encontram-se em estado de total abandono, onde a degradação, a ausência/deficiência de iluminação, a imundice, a falta de acessibilidade e a insegurança obrigam as pessoas a se arriscarem entre os veículos automotores", diz o MP na ação. No documento, a Prourb cita uma série de problemas que comprometem o uso das passarelas subterrâneas e, com isso, expõem as pessoas a um risco maior de acidentes e/ou violência: lixo e mau cheiro; má iluminação; falta de visibilidade nos acessos, mesmo durante o dia (em razão das curvas fechadas e da baixa luminosidade); ausência de vigilância; piso irregular e canaletas de drenagem abertas ou quebradas, complicando o acesso de pessoas com mobilidade reduzida; inexistência de acessos para usuários de cadeiras de roda nas passagens da Asa Sul. "Como consequência desse descaso do Poder Público, os usuários têm de optar entre a insegurança das passagens subterrâneas e o risco de atropelamento, algo inaceitável em qualquer cidade, sobretudo na capital do Brasil", diz o MP. LEIA TAMBÉM: VEJA VÍDEO: Você sabe como é feito um retrato falado? Papiloscopista da Polícia Civil do DF explica COMO PARTICIPAR: Campanha arrecada livros para o sistema prisional do DF Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2025/07/28/pm-reconhece-inseguranca-nas-passagens-subterraneas-do-eixao-e-dos-eixinhos-no-df-da-maneira-que-esta-nao-da.ghtml


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